17/05/2025 –, Ada Lovelace
Idioma: Português brasileiro
Este workshop interativo explora a violência de gênero facilitada por tecnologias, destacando como plataformas digitais intensificam ataques contra mulheres e pessoas de gênero diverso, reforçando desigualdades sistêmicas. Utilizando a plataforma Eureka e seu recurso “Momento Eureka”, participantes analisam trechos do livro Caro Idiota de Virginie Despentes, além dos documentários 15 Minutes of Shame e Another Body, abordando desde a cultura do cancelamento até o impacto de deep fakes. O evento é estruturado em duas discussões principais: a primeira aprofunda percepções e consequências da violência digital; a segunda debate quem são os agressores que perpetuam essas violências e quais estratégias podemos utilizar para enfrentá-la, considerando, inclusive, como engajar em diálogo e promover possíveis mudanças de comportamento entre perpetuadores, reunindo participantes de academia, sociedade civil e setor público para propor ações concretas. O workshop culmina num exercício criativo em que os participantes imaginam futuros digitais livres de violência, estimulando colaboração e soluções práticas para ambientes online mais seguros e inclusivos. O objetivo é transformar a reflexão crítica em ação coletiva, promovendo responsabilidade compartilhada na construção de espaços digitais equitativos.
Este workshop interativo explora a violência de gênero facilitada por tecnologias, uma questão persistente que afeta mulheres e pessoas de gêneros diversos em espaços digitais. À medida que a tecnologia molda cada vez mais o engajamento público e a segurança pessoal, a violência online contra mulheres, pessoas de gênero diverso e grupos minoritários têm se intensificado, silenciando vozes e reforçando desigualdades sistêmicas. Buscamos responder a perguntas cruciais: como as plataformas digitais permitem e amplificam estas formas de violência? Quem são os agressores e o que os motiva? Quais estratégias legais, sociais e comunitárias existem para enfrentar essas ameaças — e o que ainda precisa ser feito?
Projetado para fomentar a análise crítica, aliamos narrativas de ficção e não-ficção com diálogo participativo, utilizando a plataforma Eureka (eureka.club) — e, especificamente, o recurso “Momento Eureka” —, para fazer com que participantes interajam com trechos selecionados do livro Caro Idiota, além dos documentários 15 Minutes of Shame e Another Body. Esses materiais servem como ponto de partida para discutir a evolução da violência digital, sua interseção com gênero, as desigualdades sistêmicas que a sustentam e os quem são perpetuadores - e por quê o são.
A sessão é estruturada em torno de duas discussões principais. A primeira, “Desvendando a Violência de Gênero Facilitada por Tecnologias”, explora percepções e emoções em relação a esse termo. Através das leituras selecionadas e dos documentários, examinaremos as formas e consequências da violência digital, com ênfase em discutir o comportamento de agressores: motivações e influências.
A segunda discussão, “Da Conscientização à Ação”, se volta para as soluções, analisando os marcos legais existentes, iniciativas de base e lacunas nas políticas públicas, além de focar em ações para promover mudanças de comportamento e diálogo. Os participantes serão divididos em grupos representando diferentes setores — academia, sociedade civil e formuladores de políticas — para elaborar estratégias de intervenção e propor caminhos concretos de resistência.
O workshop culmina em um “Momento Eureka”, um exercício criativo e especulativo no qual os participantes imaginam futuros digitais livres de violência. Como seriam espaços online mais seguros? Quais políticas, tecnologias e ações coletivas seriam necessárias para alcançá-los? E como engajar mudanças de comportamento para que agressores deixem de existir? Esse exercício encoraja os participantes a irem além da análise, promovendo a imaginação coletiva e a construção de agência para vislumbrar mudanças concretas.
Ao combinar reflexão pessoal, diálogo comunitário e resolução estruturada de problemas, buscamos cultivar um senso compartilhado de responsabilidade e ação. Em vez de focar exclusivamente nos danos da violência digital, oferecemos um espaço para colaboração, estratégia e (re)imaginação da tecnologia na construção de ambientes digitais mais seguros e inclusivos.
Letícia Hora é Oficial de Projetos e Pesquisa no Programa de Tecnologia e Democracia da Data-Pop Alliance. Graduada em Gestão e Políticas Públicas na Universidade de São Paulo (USP). Além disso, é bolsista da Pesquisa gênero e sexualidade com foco na comunidade LGBT+ em espaços de governança da Internet.
Amanda Quitério de Gois é Oficial de Comunicação e Pesquisa na Data-Pop Alliance, think-and-do tank fundada pela Harvard Humanitarian Initiative, pelo MIT Connection Science, e pela Overseas Development Institute (ODI), atuando na área de Comunicação. É mestre em Estudos Literários pela UNESP, onde pesquisou gênero e normas sociais na obra de Lygia Fagundes Telles, e formada em Letras pela mesma universidade. Sua trajetória inclui pesquisas sobre pensamento feminista e literatura brasileira. Atualmente, também lidera conteúdos na plataforma Eureka – dedicada a livros e filmes por justiça social.
Julie Ricard é pesquisadora e ativista feminista. É fundadora da plataforma Eureka, que promove espaços de formação política e cultural por meio de clubes de leitura e cinema em parceria com organizações da sociedade civil e universidades. É doutoranda em Administração Pública e Governo pela FGV e bolsista do CNPq. Trabalha com os temas de desinformação, políticas públicas e desigualdades de gênero, com ênfase em saúde, democracia e tecnologias. Atuou como consultora da UNESCO, apoiando os esforços de enfrentamento à desinformação sobre saúde pública da SECOM (Presidência da República) e como Diretora de Tecnologia e Democracia na Data-Pop Alliance.
Anna Spinardi é Diretora do Programa de Feminismo de Dados na Data-Pop Alliance (DPA), onde lidera os esforços da organização para integrar a igualdade de gênero em estratégias de desenvolvimento orientadas por dados. Ela possui um MSc em Desenvolvimento Global pela Universidade de Copenhague, Dinamarca, e um BA em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil. Com uma carreira de mais de sete anos, Anna desenvolveu ampla expertise no enfrentamento da desigualdade de gênero e da violência baseada em gênero por meio de abordagens inovadoras e orientadas por dados.