17/05/2025 –, Tula Pilar
Idioma: Português brasileiro
A IA Generativa é incrível e pode ser aplicada para fazer coisas benéficas e maléficas. Tudo depende da intenção. Atualmente ainda não existe uma regulação que delimite até onde se pode ir, então no cenário atual, o céu é o limite. Uma das aplicações extraordinária e fantástica da IA generativa é na arte, onde essa interseção entre arte e IA tem revelado um universo de possibilidades que extrapola a simples estética visual. Essa fusão tecnológica se transforma em um poderoso instrumento para ressignificar narrativas, tornar o aprendizado e a educação mais atraentes e criativos, preservar a cultura tornando-a mais acessível e interativa, resgatar histórias invisibilizadas e, sobretudo, dando voz e espaço para aqueles ou aquelas que tiveram suas contribuições apagadas ou subestimadas ao longo da história.
Pesquiso sobre o uso de IA generativa para criação de deep fakes e desinformação e o quanto isso gera implicações negativas para a sociedade, porém recentemente fui à exposição da Giselle Beiguelman, que trata sobre “(plantas e mulheres) venenosas, nocivas e suspeitas" onde ela apresenta uma proposta inovadora ao combinar arte digital com IA generativa para homenagear cientistas, botânicas e artistas que foram recriadas digitalmente em retratos fictícios, utilizando IA para imaginá-las em idades avançadas – uma forma de confrontar tanto o etarismo quanto o apagamento histórico. Essa intersecção entre arte e IA generativa me encantou e me mostrou como isso pode se tornar uma ferramenta potencial de resistência cultural, mostrando como esse tipo de tecnologia pode ser aplicada de forma benéfica e criativa. Neste contexto a IA generativa além de ferramenta torna-se um meio para ampliar e democratizar a arte, conectando histórias do passado às sensibilidades do presente. No caso dessa exposição, a IA não foi usada apenas para criar imagens; ela foi um veículo para dar visibilidade a trajetórias femininas marcadas por lutas, exclusões e silenciamentos de maneira criativa, acessível e impactante, tornando o uso desse tipo de tecnologia um ato de resistência cultural ao reescrever a história com justiça. Com avanços em modelos generativos e processamento de imagens, o potencial para contar histórias não contadas é ilimitado. Mais do que recriar rostos, é possível recriar narrativas, e dessa forma desafiar preconceitos e promover inclusão. Portanto, o objetivo desta palestra é discutir como a IA está sendo utilizada como um meio para reconfigurar narrativas e expandir os limites da criatividade humana, apresentando exemplos concretos de artistas e projetos que estão utilizando IA para inovar na produção cultural, criando obras que desafiam o conceito de arte tradicional. Também discutiremos como podemos equilibrar a automação e a criatividade humana para que a IA seja uma ferramenta de ampliação da expressão artística, e não um substituto da genialidade humana. Além disso, esta palestra também é um convite para refletirmos sobre o futuro da arte na era da IA e como podemos usar essa tecnologia para tornar o mundo criativo mais acessível, inclusivo e inovador.
Mestre em Ciências Humanas e Sociais pela UFABC, Especialista em Inteligência Artificial pela PUC-Minas, Pesquisadora do LabLivre da UFABC, Líder do Time de Business Analytics, na CAS Tecnologia. Mais recentemente, Cientista de Dados para desenvolvimento de soluções de marketing e social listening com IA e Machine Learning, na Loxias. Fui professora das disciplinas de Fundamentos de IA, Data Science e Machine Learning, do curso de Ciência da Computação, da Unicid. Possuo mais de 15 anos de experiência na área de tecnologia da informação atuando no levantamento de requisitos para desenvolvimento e integração de sistemas.