17/05/2025 –, Sala de Exposições
Idioma: Português brasileiro
Os dados públicos sobre conectividade no Brasil são uma ferramenta fundamental na luta contra a exclusão digital, mas sua disponibilização em formatos excessivamente técnicos e pouco acessíveis impede que movimentos sociais e comunidades vulnerabilizadas possam utilizá-los para reivindicar seus direitos. Enquanto grandes corporações e especialistas dominam essas informações, aqueles que mais precisam delas permanecem à margem das decisões sobre infraestrutura e conectividade. Nesta atividade, nós, do Instituto de Referência em Internet e Sociedade (IRIS), vamos questionar esse modelo e discutir como tornar os dados sobre conectividade verdadeiramente públicos, acessíveis e estratégicos para a sociedade civil. Funcionando como um grupo focal dinâmico, a atividade apresentará exemplos de painéis de dados e convidará os participantes a compartilhar desafios na interpretação dessas informações, identificando barreiras e propondo melhorias. Com uma mediação engajada, exploraremos como a transparência ativa pode ser um instrumento de poder para fortalecer a incidência política e garantir que a conectividade significativa seja construída coletivamente, e não determinada apenas por aqueles que controlam os dados.
Essa atividade será conduzida no formato de roda de conversa, proporcionando um espaço dinâmico de experimentação e debate sobre a acessibilidade dos dados de conectividade da ANATEL. O objetivo é garantir que a disponibilização dessas informações sirva como uma ferramenta concreta para a sociedade civil reivindicar direitos, monitorar políticas públicas e fortalecer a luta por conectividade significativa. A atividade será dividida em três momentos principais, visando estimular o engajamento dos participantes na identificação de barreiras e na construção de soluções. No primeiro momento, os mediadores farão uma contextualização inicial, apresentando como os dados de conectividade são atualmente disponibilizados e como sua estrutura técnica pode dificultar a apropriação por movimentos sociais e comunidades vulnerabilizadas. Serão exibidos exemplos concretos de painéis e planilhas da ANATEL, evidenciando os desafios de interpretação que limitam o uso estratégico dessas informações. A partir dessa provocação, os participantes serão estimulados a refletir sobre a desigualdade no acesso à informação e a necessidade de tornar esses dados mais democráticos. Em seguida, a atividade entrará em uma fase de análise e experimentação, na qual os participantes, organizados em pequenos grupos, interagirão com diferentes formatos de apresentação de dados, como gráficos complexos, tabelas técnicas e mapas interativos. Cada grupo será desafiado a identificar dificuldades de compreensão, apontar aspectos que dificultam a interpretação e sugerir ajustes para tornar essas informações mais acessíveis e utilizáveis para um público amplo. Durante essa dinâmica, os mediadores circularão entre os grupos, conduzindo reflexões sobre a relação entre o formato dos dados e sua aplicabilidade prática na formulação e incidência sobre políticas públicas. Por fim, os participantes serão convidados a sintetizar as discussões em uma construção coletiva. Utilizando cartolinas e canetas coloridas, cada grupo criará um esboço de um painel de dados ideal, indicando quais elementos deveriam estar presentes para tornar essas informações mais compreensíveis e estratégicas. O exercício será focado na clareza da linguagem, na organização visual dos dados e na usabilidade da informação como ferramenta de transformação social. Ao final, cada grupo apresentará sua proposta, promovendo um debate coletivo sobre quais soluções podem ser aplicadas para aprimorar a disponibilização dos dados da ANATEL. Como resultado da atividade, além da construção coletiva de conhecimento, as contribuições geradas nesta atividade serão sistematizadas e incorporadas em um documento com recomendações, consolidando as reflexões do grupo e oferecendo insumos concretos para a melhoria da transparência e acessibilidade dos dados de conectividade. Esse material será posteriormente compartilhado com órgãos públicos e demais atores envolvidos na agenda de conectividade significativa, ampliando o impacto da iniciativa e fortalecendo a participação social na formulação de políticas públicas mais inclusivas.
Cientista social, mestranda em Sociologia e Antropologia no PPGSA/UFRJ e pesquisadora no Laboratório de Estudos Digitais (LED/UFRJ). Atualmente, atua como pesquisadora do Instituto de Referência em Internet e Sociedade (IRIS/BH). Foi pesquisadora e consultora no desenvolvimento da Estratégia Nacional de Conectividade Significativa, da Iniciativa Local Networks, representando a Internet Society Capítulo Brasil (ISOC Brasil). É membro dos grupos de trabalho de Conectividade Significativa e de Responsabilidade de Intermediários da ISOC Brasil. Participou do Programa Youth do CGI.br em 2023 e 2024, sendo selecionada para participar do Internet Governance Forum da ONU, em Quioto, no Japão.
Pesquisadore Bolsista do Instituto de Referência em Internet e Sociedade – IRIS, Mestre em Direitos Humanos e Desenvolvimento da Justiça, pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR; Graduado em Direito pela Faculdade Interamericana de Porto Velho;
Diretora do Instituto de Referência em Internet e Sociedade. Bacharela em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Representante do IRIS no Grupo de Trabalho sobre Acesso à Internet e na Força-Tarefa sobre eleições na Coalizão Direito nas Redes (CDR). Membro do Conselho Consultivo da ANATEL. Co-autora dos livros “Inclusão digital como política pública: Brasil e América do Sul em perspectiva” (IRIS – 2020) e “Transparência na moderação de conteúdo: Tendências regulatórias nacionais” (IRIS – 2021).