CryptoRave 2025

Hackeando o Monofuturo: Imaginando Futuros Tecnológicos Alternativos
17/05/2025 , Sala de Exposições
Idioma: Português brasileiro

A atividade tem como objetivo desmistificar os designs tecnológicos hegemônicos e as visões de futuro estabelecidas por esses arranjos sociotécnicos. Nossa proposta busca estimular o pensamento crítico e criativo entre os participantes e inspirá-los a aspirar futuros tecnológicos alternativos a partir de um exercício de desconstrução de artefatos tecnológicos vinculados à ordem algorítmica vigente. A atividade busca definir desenhos tecnológicos alternativos e, bem como suas visões de futuro associadas, como arranjos sociotécnicos legítimos, capazes de desestabilizar a ordem hegemônica no presente. Em resposta à destruição sistemática de futuros pela modernidade, postulamos a ideia de “futurização” como estratégia urgente para resistir à feitiçaria do progresso e à pobreza da monocultura de imaginários de futuro. Assim, defendemos a prática dos imaginários sociotécnicos especulativos como ferramenta para contestação da pretensa racionalidade tecnocientífica universal e afirmação da pluralidade ontológica, epistemológica e política sobre os futuros.


A atual crise sistêmica do Capitaloceno (ou do Tecnoceno, como alguns autores a denominam) tem produzido e nos orientado a um futuro de limites insustentáveis para a vida no planeta. Seguindo a literatura crítica dos Estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade e os Estudos Críticos de Futuro, entendemos que nossos horizontes futuros não devem se basear exclusivamente em análises logocêntricas fundamentadas na racionalidade algorítmica. Portanto, é necessário cultivar visões alternativas de futuros tecnológicos que desafiem o paradigma vigente. Essa atividade consiste em uma dinâmica de imaginação de futuros por meio da subversão de artefatos tecnológicos associados ao ordenamento sociotécnico dos algoritmos. Os participantes da sessão serão convidados a desconstruir (hackear) desenhos tecnológicos hegemônicos e subvertê-los a partir de imaginários de futuros desejáveis. O processo de desconstrução será orientado por três questões centrais. Em primeiro lugar, o artefato em si; isto é, explorar sua materialidade (por exemplo: sua aparência, o material de que é feito, a incorporação de outras tecnologias, seus componentes e seu desenho). Em segundo lugar, identificar a rede de relações na qual esse artefato está inserido e que o (des)estabiliza, ou seja, sua dimensão sociotécnica (por exemplo: Quem usa esse artefato? Quais são os padrões de autoridade associados a esse artefato? Quais atores têm a capacidade de produzi-lo? Quais atores defendem/contestam o uso desse artefato? Que tipos de valores estão incorporados no design desse artefato? Quais são as implicações desse artefato para o meio ambiente?) Por fim, explorar a futuridade imbuída nesses artefatos (Que tipo de futuro esse artefato aponta? Qual é o poder persuasivo dessa visão? Quem gostaria de viver nesse futuro? Quem não gostaria? Que impacto potencial essa visão de futuro poderia ter? Qual seria o padrão futuro de relações com o meio ambiente?). Em um segundo momento, a partir de suas vivências e realidades, os participantes serão instigados a aspirar futuros tecnológicos alternativos e desejáveis. Com esses imaginários em vista, coletivamente subverteremos as dimensões materiais e sociotécnicas dos artefatos hegemônicos previamente explorados.

Natural de Presidente Prudente, interior de São Paulo, sou formado em Relações Internacionais pela Unesp. Atualmente sou mestrando no Programa de Pós Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp, Puc-SP). Percussionista desde 2016, cultivo grande interesse no estudo por cultura popular e desenvolvimentos sociotécnicos, buscando conciliar experiências de pesquisa acadêmica e vivências culturais práticas no estudo transversal de música, cultura popular e imaginários sociotécnicos.

Doutorando em Relações Internacionais no PPGRI San Tiago Dantas

Pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais (IPPRI-Unesp). Possui doutorado em Relações Internacionais pelo PPGRI San Tiago Dantas (Unesp-Unicamp-PUC/SP). Sua pesquisa abrange Relações Internacionais, Estudos do Futuro, Estudos Críticos Militares e Estudos de Ciência e Tecnologia. É pesquisador do Grupo de Estudos em Defesa e Segurança Internacional (Gedes) e do Grupo de Estudos de Cenários e Futuro. Além disso, integra a Rede de Pesquisa em Autonomia Estratégica, Defesa e Tecnologia. É fundador e líder do Núcleo de Estudos sobre Tecnologias e Violências (Netvas).

Doutoranda em Relações Internacionais, interesse especial em assuntos relacionados a tecnologia e segurança.