CryptoRave 2025

Arte e erro através da tecnodiversidade: glitch art e outras dissidências estéticas
17/05/2025 , Sala de Exposições
Idioma: Português brasileiro

A atividade proposta consiste em uma fala sobre a pesquisa de mestrado que desenvolvo atualmente no Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, que tem como objetivo explorar a estética do erro através de suas diversas apresentações, bem como a maneira a qual essas práticas se desenvolvem, possibilitando diferentes apreensões tanto da arte, quanto da tecnologia. Nesse contexto, uma apropriação crítica da tecnologia, partindo do contexto artístico, pode ser capaz de provocar uma série de rupturas e reconfigurações de padrões e normas vigentes.


A fala proposta tratará de alguns aspectos centrais da minha pesquisa de mestrado, que busca uma reflexão sobre a chamada estética do erro e seus desdobramentos tecnopolíticos na atualidade, principalmente no contexto do Sul Global, partindo de uma perspectiva descolonial de margem. Serão apresentadas algumas práticas artísticas que se relacionam com o universo do glitch, do hacking e da gambiarra, bem como reflexões sobre o potencial da tecnologia em reconfigurar ações, práticas e modos de vida. Nesse sentido, cabe pensar de que forma uma apreensão tecnológica da arte (ou uma apreensão artística/experimental da tecnologia) pode ocasionar práticas de experimentação e transgressão, tanto do fazer artístico, quanto da tecnologia em si - e o quanto essa ideia de transgressão é importante para que possamos pensar e repensar a nossa realidade frente aos desafios do capitalismo tardio. A partir disso, a ideia do erro técnico pode nos fornecer uma diversidade de apreensões importantes para destrinchar esse contexto, já que o erro também pode ser entendido como uma espécie de desvio, um valor que se distancia do resultado esperado, ou seja, algo que foge à norma, ao adequado. A partir dessa ideia é preciso questionar o juízo de valor negativo em torno da ideia de erro, além de entender que a nossa relação com a tecnologia é e sempre foi mediada por uma série de erros, bugs e muito ruído. A proposta que fica então é de que nos apropriemos deste ruído, a fim de usar essas falhas - ou de provocá-las - como uma estratégia de enfrentamento ao pensamento hegemônico.

Para contextualizar algumas dessas ideias, serão também apresentados brevemente os conceitos de imagem pobre, proposto por Hito Steyerl, e de tecnodiversidade, de Yuk Hui.

A proposta é que a apresentação seja composta por uma fala expositiva de até 30 min. + uma breve sessão para eventuais perguntas e apontamentos.