17/05/2025 –, Alan Turing
Idioma: Português brasileiro
O Núcleo de Tecnologia do MTST atua na interseção entre trabalho e tecnologia digital, enfrentando os desafios e apoiando lutas dos trabalhadores. A palestra discutirá iniciativas desenvolvidas em colaboração com trabalhadores de tecnologia e trabalhadores de plataformas, considerando apropriação e criação de tecnologias alinhadas a objetivos políticos, além dos limites técnicos e organizacionais enfrentados. Serão abordadas quatro frentes: desenvolvimento de sistemas para trabalho em plataformas, como Contrate Quem Luta e Plataforma Señoritas; projetos de educação e inserção profissional para jovens periféricos; uma visão crítica dos trabalhadores de tecnologia sobre a concorrência com grandes plataformas; e a atuação do Núcleo no Conselho Nacional de Proteção de Dados, analisando como a coleta massiva de informações agrava a exploração do trabalho.
O Núcleo de Tecnologia do MTST tem como um de seus eixos centrais de atuação as questões de trabalho e como esse assunto se relaciona com as tecnologias, sobretudo as tecnologias digitais.
A palestra tem como objetivo apresentar as iniciativas e a partir delas fazer uma discussão, provocando o público com os seguintes pontos:
A) do processo de ideação, concepção, criação em conjunto dos trabalhadores de tecnologia e os trabalhadores usuários das plataformas;
B) da apropriação de tecnologias disponíveis e o desenvolvimento de novas em alinhamento com os objetivos políticos do projeto e dos atores;
C) dos limites encontrados no emprego das tecnologias;
D) das dificuldades não técnicas de organização do trabalho dos trabalhadores de tecnologia e dos trabalhadores por plataformas.
Os exemplos seguiram por 4 diferentes formas de luta:
1) Desenvolvimento de sistemas: projetos que servem de representação para parte de algumas das principais discussões no âmbito do trabalho digital plataformizado, como as questões de trabalho decente, da alienação do trabalhador frente às tecnologias de mediação de seu trabalho e da apropriação tecnológica. Serão apresentados os aspectos centrais de cada um desses projetos, que se conectam com as questões centrais citadas acima, são eles o Contrate Quem Luta, Plataforma Señoritas e Rede Mulheres do Maranhão;
2) Educação e trabalho: frente a necessidade de desenvolvimento de jovens da periferia transição entre o processo educacional e o mercado de trabalho o Núcleo faz parte da construção de cursos de fotografia e design e de uma plataforma de contração chamada ContatePerifa. Esse projeto tem como objetivo auxiliar esses jovens a garantirem renda e uma profissão.
3) Visão crítica a partir dos trabalhadores de tecnologia: Apresentaremos as discussões presentes no capítulo “É possível concorrer com as grandes plataformas? Uma visão crítica de trabalhadores de tecnologia da informação” do livro “Um Horizonte de Lutas para a Autogestão”, que foi escrito de forma coletiva pelos militantes e assinado como Núcleo de Tecnologia do MTST. Nessa discussão trazemos os limites e possibilidades no desenvolvimento de novas tecnologias e apropriação de tecnologias existentes que sejam boas para os trabalhadores, numa visão dos trabalhadores que desenvolvem 100% das tecnologias digitais que vemos.
4) Incidência: atuação do Núcleo de Tecnologia do MTST no Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais, representando o “Setor Laboral”. Quais: as questões centrais da produção de dados pessoais para o mundo do trabalho; como os trabalhadores, principalmente os plataformizados, mas não só, são afetados pela ininterrupta expropriação de suas informações; como a absorção dos conhecimentos e subjetividades dos trabalhadores através da datificação agrava a exploração e a assimetria informacional.
Trabalhador da tecnologia nas áreas de análise, ciência e governança de dados, bacharel em Engenharia Eletrônica pela Universidade Federal de Itajubá. Conselheiro Nacional de Proteção de Dados Pessoais pelo Setor Laboral. Militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) com atuação no Núcleo de Tecnologia do MTST nas frentes de governança de dados, letramento digital e trabalho por plataformas. Militante do PSOL com atuação na Setorial de Tecnologia e Soberania Digital do PSOL. Formado na Escola de Governança da Internet no Brasil.