CryptoRave 2025

Baile Monstrans 2.0
, Terraço
Idioma: Português brasileiro

Propomos uma atividade que tem a finalidade de questionar o capitalismo de vigilância, a discriminação algorítmica e a hierarquização de existências, promovendo uma reflexão crítica sobre gênero, corpos, privacidade e cuidados digitais, em um mundo que reproduz as diversas formas de opressões, por meio da cultura dos dados e plataformas. Além disso, colocaremos em pauta a questão do excesso de produção, consumo e descarte, com a utilização de materiais descartados e resíduos têxteis para a confecção das máscaras por meio do upcycling.

A atividade será dividida em três momentos:

1) Roda de conversa sobre os medos que atravessam as corpas LGBTQIAPN+, gestão de identidades e privacidade;
2) A confecção de máscaras com resíduos têxteis, que desafiem a captura e classificação dos rostos
3) Baile com DJS onde as pessoas participantes testam suas máscaras.


Etapa 1: Roda de Conversa
Tema: Medos que atravessam as corpas LGBTQIAPN+, gestão de identidades e privacidade;
- Dinâmica: A roda será iniciada com a escuta de duas músicas que abordam o medo em um mundo de vigilância e controle. Em seguida, as pessoas participantes discutirão sobre suas estratégias de gestão de identidades na internet e como as subjetividades são construídas e capturadas em um contexto de capitalismo de vigilância, refletindo sobre os impactos da transfobia e da discriminação algorítmica.

Etapa 2: Confecção de Máscaras
- Dinâmica: Conversa sobre a importância do reaproveitamento de resíduos.
Os participantes criarão máscaras que expressem suas subjetividades, utilizando materiais descartados, que desafiem a captura de imagens faciais (como reflexos, texturas, padrões ou distorções). As máscaras podem revelar, despistar ou bagunçar a leitura de câmeras e algoritmos, questionando a centralidade do rosto como critério de existência.

Etapa 3: Baile de Máscaras
- Dinâmica: Os participantes usarão suas máscaras em um baile. O objetivo é poder performar outras identidades, ser, praticar e exercitar o que deseja a partir da construção da máscara.

Objetivos

  1. Promover um diálogo sobre o medo que atravessam as (r)existências LGBTQIAPN+ em um contexto de vigilância digital e captura de dados que reproduz as mesmas opressões do mundo offline. Fomentar a discussão sobre capitalismo de vigilância, discriminação algorítmica e a importância da diversidade na segurança digital.

  2. Discutir o sistema insustentável do capitalismo, colonialismo, patriarcado que culmina com o excesso de produção, consumo e descarte.

  3. Criar máscaras que subvertam a lógica de reconhecimento facial e classificação inclusive algorítmica, explorando novas formas de expressão subjetiva. Testar as máscaras em um ambiente de baile, refletindo sobre os limites da tecnologia na definição de normalidade e anormalidade.


Justificativa
Em uma sociedade cada vez mais plataformizada, onde os dados são capturados e comercializados de forma não transparente, corpos LGBTQIAPN+ são frequentemente classificados, controlados e excluídos por algoritmos transfóbicos e discriminatórios. A centralidade do rosto como critério de existência e normalidade reforça hierarquias opressivas, marginalizando identidades que fogem à norma. O Baile Monstrans propõe uma experiência lúdica e crítica, onde as pessoas participantes podem explorar suas subjetividades, desafiar a vigilância e refletir sobre estratégias de resistência e privacidade.

A Rede Transfeminista de Cuidados Digitais trabalha para diversificar vozes/corpos/práticas/metodologias de cuidados para capacitar mulheres, pessoas trans e LGBTQIAPN+ a serem protagonistas em tecnologias e afetar a mudança por meio de solidariedade e relações de confiança com grupos e ativistas de direitos humanos.

Além do cuidado digital, promovemos a narrativa de que o acesso e o uso da tecnologia são uma escolha e uma luta política. Assim, abordamos questões como identidades on-line, anonimato, tecnologias livres e autônomas, proteção de dados, autoestima e o impacto da tecnologia em comunidades e coletivos feministas e ativistas.

Grupo de estudo da Têxtil e Moda da Universidade de São Paulo que estuda a moda e sua indústria na cultura da dataficação e suas relações com a IA generativa, abordando-a em sua potência, mas com cuidado crítico.
Olhamos os processos criativos, as possibilidades profissionais, os actantes humanos e não humanos, a partir de uma perspectiva atenta à mão-de-obra envolvida, essa que envolve a extração dos minerais necessários para os hardwares, os clickworkers, ainda aquela análoga à escrava, a utilização lixação de recursos hídricos tanto para a geração de energia quanto para o arrefecimento dos datacenters.